Crank - Veneno no Sangue ***
Este filme independente tem a sua pertinência como veículo manisfestação contra qualquer violência em nome de pretensas causas, estejam estas ligadas à religião ou a um ideal. Embora não se tratando declaradamente de um filme político, este filme visa focar o confronto Israelo-Palestiniano, confronto que é melhor caracterizado pelo que advém dele, a morte inglória. Sendo assim, o cineasta palestiniano optou por demonstrar o quão ridiculo é o suposto martírio pela causa religião e o quão humanas são as pessoas que o cometem. Este lado é naturalmente o lado mais imparcial de olhar para esta questão, demonstrando assim como a inscrição extrema de uma posição de força obriga a uma resposta extrema do lado oposto.
O filme de Kevin Smith deve ser visto por uma razão. Essa razão reverte para os pequenos trechos em que o cineasta/argumentista dá largas ao seu fabuloso humor desprovido de qualquer bom gosto e etiqueta, características base dos seus diálogos.
É facil perceber o porquê de James Ellroy (autor do romance The Black Dahlia) se ter colocado à margem da película de Brian de Palma. Quando James Ellroy exultou a qualidade da adaptação para cinema de L.A. Confidential (um dos melhores policiais da história do cinema, seguramente), colocou a origem dessa qualidade na correcta simplificação dos seus complexos enredos e na cuidadosa ritmica que Curtis Hanson encontrou para contar a história. Nesse aspecto, quer Brian Helgeland quer Curtis Hanson, foram mestres e o resultado verificou-se brilhante.